segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Longe de casa

Achei o que eu procurava - e precisava. Um tempo só, eu e eu mesma, no meio do nada e sem distrações.
Não havia TV, nem internet, nem opções de passeios ou velhos conhecidos. Havia a piscina que eu não entrava, o sol que me incomodava, horários para comer, relaxar, dormir e acordar. Havia também tédio e um pequeno desconforto que passava rápido, pois os desconhecidos de lá são absurdamente simpáticos. Talvez eu que não estivesse muito interessada em colocar terceiros na minha relação comigo mesma que durou 5 longos dias.
Já de início a saudade começou a apertar. Senti falta do carinho da mãe, da implicância do pai, dos amigos de sempre, do urso campeão de debates, do Elvis Presley na parede e dos CD’s na estante.
Encontrava-me num quarto vazio e cheio de camas abarrotadas de roupas durante a tarde, a bateria do meu celular mal durava um dia inteiro e a coca-cola da cantina geralmente estava quente. Eu deveria ter fugido de lá, certo?
Mas não quis.
Foi difícil me esquivar, mas consegui ficar sozinha durante alguns momentos e valeu à pena. Meus pensamentos, meus sentimentos e minhas saudades que só aumentavam cada vez mais, me encararam e perguntaram o que eu faria com o “novo material” que eles me deram. Respondi jogando no papel uma vontade louca de chorar de saudade e de sorrir por não conseguir controlar isso.
Uns dias atrás, me perdi em um olhar e me preocupei por não conseguir evitar o sorriso que escapou sem querer e o calafrio que foi dos meus curtos cabelos até as minhas unhas sem esmalte do pé.
Usei os cinco longos dias praticamente na íntegra para pensar sobre isso, para permitir que parasse de tentar disfarçar.
Percebi que no meio do meu medo pelo monstro do Vestibular, das discussões com o pai e das idas na psicóloga, tem algo extremamente saudável que cresce cada dia mais aqui dentro. Acho que estou perdendo completamente as armas da razão.

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