terça-feira, 9 de março de 2010

Monstro de 64 cabeças

A bola da vez chama-se Vestibular e, ao som de Alphaville (dessa vez não é “Forever Young” ), permito-me tocar nesse assunto que satura todas as minhas manhãs, minhas tardes, minhas noites e minhas madrugadas. Sim, isso tem me atormentado até enquanto durmo – ou não durmo por estar atormentada demais.
Comecei este ano sentindo a minha preparação insuficiente para encarar o monstrinho verde chamado Vestibular. Estou empurrando goela abaixo essa adaptação ao mesmo tempo em que vejo minhas olheiras crescerem cada vez mais.
Meu problema não é a escolha do curso, dessa eu me safei. Minha decisão é praticamente fixa desde a sexta série, quando as aulas de História me conquistaram. Com o tempo comecei a ver com mais clareza que minha vontade pela História não era só encanto, afinal, entro num museu e gasto mais sorrisos do que fazendo compras no shopping; acho um livro ou uma revista com aquele cheirinho de velharia, viro e reviro aquelas páginas com mais ansiedade e curiosidade do que ao comprar a Vogue do mês e querer logo chegar em casa para arrancar o plástico.
Mesmo relativamente tranqüila com a minha escolha, ainda é assustador assistir aulas de matemática, biologia e física e ver que muita coisa que pra mim sempre foi “x”, agora vira “y”, “sem quê nem pra quê”.
A maratona de aulas num combo “manhã e tarde”, impedem o soninho pós-almoço e obrigam o estudo da noite que eu sempre me recusei a executar.
A rotina muda, a cabeça muda. Todo mundo pira. É assim, não adianta tentar fugir. Agora é encarar a montanha de livros e preparar para gastar uma infinidade de grafites e borrachas.
Abraço a causa, ainda acredito na credibilidade de sacrifícios.

Um comentário:

  1. As barreiras dos X's, Y's e afins botam medo e a sensação de incapacidade, todavia, o desejo de vencer e o esforço nos dão a esperança da vitória. As vezes paro para pensar se toda essa pressão e desespero realmente serão recompensados ou se são mera perca de tempo. Misteriosamente, ou não, sempre chego no mesmo lugar: "Você ficou louco? É claro que isso é necessário!"
    Além da barreira da auto-confiança, também tenho a da dúvida do que escolher. Com o tempo passando cada vez mais rápido e a fuga da responsabilidade se tornando cada vez mais inviável a ficha já caiu: Cabeça erguida, esforço redobrado e o que tiver que ser, será.

    ResponderExcluir