domingo, 16 de maio de 2010

Quebra de sigilo

Ando pensando mais sobre as reviravoltas da vida e devo isso ao que vem acontecendo comigo. Sinto uma nostalgia absurda invadindo meu presente cada vez que olho para aqueles olhos de novo. Tanto tempo depois e, agora, tanta coisa diferente. Diria que a essência é a mesma, mas enquanto pensava na frase que escreveria após esta, me dei conta que o que mudou foi exatamente a essência. E a justificativa, a mágica está justamente aí.
Ainda há aquele clima de volta ao passado, e pejorativamente talvez um clima de retrocesso.
Mas não é bem assim, não é tão simples. É como se um passado absurdo e confuso ainda estivesse entre nós na intimidade que temos devido a ele. Mas agora – e “por enquanto” (coloco as aspas levando em conta meu pessimismo que não me abandonará mais e que coloca essas palavras na minha boca toda vez que penso em algo bom e possivelmente passageiro, ou não, e ainda assim causando boas sensações) – a intimidade veio para o lado do bem, ou do mau, no meu caso.
A inversão de papéis é aparente, ou não. E escrevo tudo com tamanha incerteza, pois é mais que perceptível pra mim que há mudanças, mas também não há. Isso torna tudo mais real, mais prático e nem um pouco seguro. Impossível seria eu não me arriscar, visto que já perdi o medo de visitar situações muito piores que as anteriores. E não deixo de seguir tentando algo que muitos não entendem ou não perdoam. Penso que nada posso fazer por eles, faço agora por mim, por mim e só.
O medo que ele diz para que eu não tenha, mas que eu insisto em ter, não muda a satisfação de poder dormir com o moletom “roubado”. Ás vezes acordo à noite e sinto o cheirinho bom, dou um sorrisinho besta e volto a dormir. Tanto faz se acabar daqui a dois meses, dois dias ou duas horas, afinal já durou dois anos bem estranhos. E digo que tanto faz não com tom de desdém ou indiferença, digo apenas porque quero que dure somente enquanto me fizer bem como faz agora e como não me fazia antes.
Gosto quando me liga, me abraça, me beija e quando é chato – se fosse legal o tempo todo teria mais certeza de que estaria mentindo. Gosto da forma como se abre e fala sobre coisas que não entendo absolutamente nada – paciência de Jó para tentar me explicar. Eu gosto, gosto e pronto.
Se for ou não mentira, ou absurdo, ou impraticável, ou inaceitável, que seja! Já houve o que fosse verdade, sonho, praticável e aceitável e causou também sofrimento. Não vale evitar, perde toda a graça. O que vale é sempre uma chance, mais uma, duas ou três. Tendo um bom sorriso diário, um frio na barriga e um aconchego, tudo vale.
E ainda nos perguntamos: “quem diria que seria assim?”

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