quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Efeito defeito

Descobri por esses dias uma sensação nova; carinhosamente batizei de “efeito do defeito”. Digo-lhes do que se trata: efeito do defeito é tudo de mais estúpido que aquele certo alguém faz, que não é nada sedutor ou charmoso e que te faz colocar a mão na testa, fazer cara de desacreditado por curtir aquilo, sorrir e pensar: "eu estou apaixonado, fudeu."

Desistam, não vou fugir do meu lugar comum atual. Vivo suspirando pelos cantos, arestas, ruas, mesas, cadeiras, privadas, camas, mesas e banhos. E mais abestalhada do que nunca, persistirei fielmente tentando convencer a todos a serem bocós também. Portanto, camaradas, estejam prontos para derreterem seus corações ou vomitarem.

Encontro-me num dia típico de pré-vestibulanda: dia inteiro na escola, sensação de sujeira da cabeça aos pés, almoço meia-boca, prova depois de aula e dever depois de sobremesa. Indigesto? Mais do que você imagina. Porém, como um vício frenético, essa telinha acoplada ao teclado gritou por mim e mesmo com os olhos cansados e o siso brotando dores curiosas, eu enfrentei mais leituras e letras. Admirem a força de vontade, vai!

Conclamo agora que venham comigo caso sejam adeptos do efeito defeito.

“Já passam das 23:30. Nós acabamos de desligar o telefone. Nos despedimos, como sempre. As mesmas palavras, o mesmo tom de voz. Por algum motivo eu parei para pensar no quando eu gosto disso, no quanto isso me conforta antes de dormir. Sempre que desligamos, eu me acoplo no cantinho da cama, dou um sorriso besta e acabo por dormir sem reparar. Tão bom e tão banal...

Eu fecho os olhos e penso em futuros, penso em sacanagens, penso em romances bobos e mãos dadas. Eu acordo no dia seguinte e ligo para te acordar. Escuto uns resmungos, digo que te amo. Outro sorriso besta. Pergunto-me a que ponto chega a estupidez de um ser humano apaixonado. (me dou conta, agora, enquanto escrevo, que mais ridículo do que isso não fica.)

Ficamos meio asnos, mas ainda acredito ser um playground para o coraçãozinho.

Assisto aula, vou para casa, almoço e hoje é sexta-feira(!). Uma pestana, umas lidas aqui e acolá, banho, dez peças de roupa jogadas sobre a cama. Depois de uma longuíssima (nossa!) semana, eu vou matar as saudades.

Eu gosto do seu abraço, gosto das suas orelhas e do seu pescoço. Gosto da sua falta de jeito quando derruba as coisas, gosto da suas tentativas de me agradar e acho graça da sua chatice que você nem controla porque não percebe. Eu gosto de você. Gosto mesmo.

Não gosto de despedidas, mesmo você me ligando 30 segundos depois para conversamos enquanto você anda até em casa.

Fui dormir e chorei. Chorei de problemática que eu sou. Chorei porque caiu a ficha do meu estado débil-apaixonada. Chorei porque quero ter seu abraço a hora que eu bem entender. Chorei porque não ligo para os possíveis ônus. Chorei porque achei bonitinho a bagunça que você fez para comer. Sorri porque reparei: efeito defeito.”

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