domingo, 15 de agosto de 2010

Motivos

Peço desculpas desde já pelo prolongado tempo sem escrever por aqui. De início também já adianto que os assuntos são muitos; não pelo tempo, não pela novidade, mas sempre pelas mil e uma coisas que borbulham quando eu escrevo. E escrever, agora, me lembra algo meio nostálgico, visto que no último mês retrocedi uns dois anos e meio, tempo este que eu desconhecia o desabafo escrito e sábio e geralmente optava pelo diálogo, que às vezes é prematuro demais para ser dito. Admito exatamente neste momento que (re)aprendi o quão sou inevitavelmente dependente das letras combinadas para que as engrenagens do cérebro e do coração funcionem juntas em devida sintonia e de forma propícia, sábia, calma e com tal especialidade que com freqüência está presente, mas que nas últimas semanas esteve ausente.

Seria mais prático que enumerasse o que tenho a dizer. Porém, não é de praxe meu ser direta, óbvia e pouco confusa frente aos cotidianos simples. Justamente e unicamente por esse motivo, eu e o meu dom com genética de defeito, deixaremos as coisas as mais complicadas possíveis.

De introdução, digo que a trilha sonora que toca no momento, ecoando dos fones para dentro de cada uma das minhas células, trata de amor. Desde o amor-fossa até o amor-sujo. Dos podres aos bons, permaneço eu e minhas músicas.

Escutamos de amor para falar de amor, ou algo semelhante a ele. Anteriormente já me perdi em dicionários e “googladas” na minha tentativa de descrever o que eu continuo crer ser indescritível. Sem fugir do clichê, sim. Falemos então do que o coração está cheio.

Com estatísticas aproximadas, pois exatidão não é o meu forte, afirmo com franqueza que pensei cerca de 5 vezes em fugir de casa e do mundo; chorei de 15 a 20 vezes por motivos tolos e não tolos; senti desespero por falta de tempo de 8 a 10 vezes; pensei em finais possíveis para a vida todos os dias antes de dormir; senti que estava apaixonada pelo menos uma vez ao dia; quis matar alguém umas 3 vezes; quis me matar 2 vezes; apelei para Deus em um quinto das vezes que chorei; senti saudades absurdas 7 vezes; senti saudades aceitáveis de uma a duas vezes na semana; quis parar o tempo umas 3 vezes; quis passar o tempo 2 vezes;nunca na vida usei tanto o telefone; nunca na vida tive tanta dificuldade para discorrer um texto; nunca na vida me senti tão feliz com um simples gesto; nunca na vida havia invertido meu humor num prazo de 5 minutos como fiz. Dados estes referentes ao último mês.

E desses e de muitos outros dados, concluo que definitivamente voltei a sentir os arrepios, a raiva, os ciúmes, o coração pular pela boca, os olhos com vontade de encher-se d’água... me entreguei novamente àquilo que eu conseguira esconder tão bem durante um ano. Entretanto, permaneço num vai e vem constante de interrogações e exclamações de fontes diferentes que afirmam e perguntam se vale à pena. No momento penso que sim, mesmo que as palavras aqui escritas acompanhem mais algumas gotículas lacrimais sem ou com sentido.

Se voltei a ser impulsiva e sentimental, digo que passei a ser chorona. Não me lembro de ser chorona... talvez uma vontade, um aperto no meio do meio do coração... mas as lágrimas não costumavam cair com facilidade. Pois bem, agora elas caem e são incontroláveis. Uma merda, não? Encontro-me aqui, numa contradição ambulante que de um lado diz detestar sentimentalismos baratos e do outro lado... bem, do outro lado há alguém totalmente perdida e desconfiada, mas inexplicavelmente apta a arriscar a cabeça em nome de um abraço apertado e aconchegante.

Chegando nesse ponto crucial, lembro-me com facilidade do porque continuo e persisto. Tem nome próprio, às vezes não presta, ás vezes irrita, ás vezes fala o que não deve. Nada que eu também não faça. O que não sei se faço é o que ele me faz.

Registro aqui meu depoimento suspeito de uma amante de bons abraços, boas conversas e bons tempos gastos: isso basta, isso vale a pena, isso me completa por hora.

2 comentários:

  1. vc escreve muitoo cáh ! q invejaa ! heuhee
    eu nuncavou escrever assim.. =/ mas tudo bem ! eu tenho uma amiga escritora ! jah tah de bom tamanho ! xP

    ps: agora eu sempre leio os novos textos !! heuhe

    bjim debinha

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