terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Energias positivas

Para aqueles que estranham quando as coisas caminham extremamente bem, vai uma dica: eu sou uma de vocês. Não sei se existe de fato essa história de pessimismo, mas se existe, eu faço parte desse time. E pode xingar, berrar e (provavelmente) não entender o motivo. Tá aí minha deixa para contar um pouco de como cheguei até aqui.
Para começar com o pé direito, é só colocar os CD’s empoeirados de “Sandy & Jr.” para tocar e botar fé de que as palavras vão correr direitinho.

Eu não sabia, mas lá estava eu com meus onze anos sendo arrastada para uma festa chata de família que me levaria ao início do meu pessimismo exacerbado.
Eu estava naquela idade “bonita” em que o cabelo não tem conserto, os dentes estão sendo consertados por aquele belíssimo aparelho, as famosas espinhas se tornam mais famosas do que nunca e para completar a alegria da mocinha aqui, os muitos quilinhos a mais estavam no auge.
Apesar disso tudo, domei o cabelo, coloquei uma roupa de gosto meio duvidoso e fui à festa por insistência da vovó. Chegando lá, percebi que não conhecia ninguém, porque ou os parentes eram tão distantes que eram desconhecidos, ou eu não os via há tempos.
Do nada, chegou um rapazinho simpático e por um motivo ou por outro foi de fato bastante educado. Não posso afirmar o que se passou na minha cabeça, mas eu cismei com o rapazinho e fui pra casa naquele dia pensando nele e na idéia de que provavelmente eu não o veria mais.
O tempo passou e sim, eu vi o rapazinho várias vezes.
Depois de um ano e meio, meu amor platônico deixou de ser tão platônico assim. Ele era bonito, fofo e educado. Bem, pelo menos era assim que eu enxergava.
Ele foi o primeiro cara que eu fiquei e foi também meu primeiro amor. As coisas nunca deram certo entre a gente, mas sempre rolavam as famosas “escapadinhas”. E entre uma e outra escapadinha, se passaram três anos com idas e vindas, muitas noites chorando e sem dormir, muito “The Calling”, muitas decepções, muitas mentiras, muitos beijos, muitas cartas (enviadas ou não), muitos desabafos... isso durou até que um segundo significante rapaz aparecesse. E isso foi há um ano.
Bem, nessas alturas eu já tinha me livrado de dois aparelhos, o cabelo já estava quase domado e eu não escutava mais “The Calling” e muito menos “Sandy & jr.” É nessa hora que eu coloco o funk das festas de quinze anos e o pagode do ex-amor pra tocar. Essa era a trilha sonora do momento. Porém, havia dois problemas: os quilinhos a mais estavam ainda piores e eu estava com um trauma imenso dos homens.
Mesmo assim, fui com a cara e a coragem enfrentar o primeiro ano do ensino médio. A coragem foi demais e adivinhem! O novo significante rapaz foi bem mais traumatizante que o anterior. Bingo! Frases como “seu único problema é ser gorda” , “prefiro sua amiga” , “não te assumo por vergonha” foram escutadas milhares de vezes; chantagens viraram rotina e a minha cegueira e medo também. Eu não sabia como sair daquilo ou talvez soubesse mas não conseguisse.A possível despedida disso tudo aconteceu no dia 30 de Dezembro de 2008.
Meu ano não acabou bem e eu resolvi que no próximo ano as coisas seriam diferentes. Porém, a minha vontade de acreditar nas pessoas não foi suficiente. Eu tentava mas não conseguia e talvez isso ainda me prejudique até hoje. Tá aí o motivo do meu pessimismo: as coisas quase nunca dão certo pra mim e toda vez que rola aquela vontade de dar a última chance a mim mesma e à alguém, eu preciso pensar duas vezes.
Mas acho que estou voltando a acreditar nas pessoas, estou voltando a acreditar em mim...
Eu me libertei de quase 20 quilos, de dois malas, do cabelo estranho, das músicas duvidosas e de vários papéis.
E querem saber? Por mais pessimista que eu ainda seja, estou otimista hoje.
Acabei de chagar em casa e só tenho motivos para cantar sozinha aquelas músicas bem estúpidas. Estive com pessoas maravilhosas que me proporcionaram momentos maravilhosos.
Para 2010 muitas energias positivas, muito chocolate, Doritos, música e sorrisos! E depois das férias, muitos livros e confiança de que TUDO vai dar certo.

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