sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Só porque acontece todos os dias, não deixa de ser importante

Eu tenho uma mania: olho as pessoas na rua e começo a imaginar o que elas estão pensando, vivendo e sentindo. Me divirto muito com isso; acho incrível a idéia de que aquela pessoa que assenta do seu lado no ônibus possa ter uma história de amor pra contar, ou queira desabafar.
Perdi a conta das vezes que eu queria desabafar com o cara do lado no ônibus porque tinha um sentimento ridículo me incomodando profundamente.
Por outro lado, quem nunca quis sair pela rua falando com o mendigo que acabou de sentir as famosas “borboletas no estômago”?
Sempre quis entrar na mente das pessoas que cruzo pela rua, saber se elas estão felizes ou tristes; saber se quando chegam em casa preparam um jantar pro namorado, pro marido ou pros filhos, ou se fazem um miojo e comem sozinhos assistindo novela das oito; saber se moram num apartamento, numa casa, num barracão... saber se elas sentem saudades de alguém, saber se elas querem pedir demissão, saber se elas querem dar um soco naquela filha da puta que vive dando em cima do namorado alheio.
Sempre quis saber se sou só eu que tenho essa compulsão. Eu realmente amo colocar minha imaginação fértil pra funcionar; adoro criar histórias para as pessoas que vejo na rua.
Por exemplo, um dia vi uma senhora caminhando na Praça da Liberdade. Ela era realmente bonitinha e para mim parecia ter dois ou três filhos, que vão almoçar com ela nos domingos.
Ela poderia cozinhar bem e ser viúva. Devia morar naqueles lados da Savassi, gostar de ir ao cinema e viajar. Mas antes de dormir ela sente a falta do marido; se faz de forte durante o dia, mas reza pela noite. Para mim, ela se chamava Júlia. Dona Júlia. :)
Seria bem estranho se eu descobrisse que ela não é nem um terço disso.
Ainda pensando sobre isso, até as pessoas próximas de mim me despertam essa curiosidade. Por mais que eu conheça a história delas, eu sempre gosto de imaginar o sentimento delas, os desejos. O que elas pensam quando olham o cachorro na rua, o neném chorando, a criança correndo.
Talvez eu pense isso porque eu sinto coisas distintas e expressivas em tudo que vejo e que faço. Quando vejo minha mãe abraçando minha irmãzinha, e ela sorri, eu sinto uma paz imensa; quando paro no meio da aula e ouço aquele barulho que mistura de vozes e falas, eu sinto sufoco, mas sinto algo extremamente adolescente ali (daquelas coisas que lembram aquela cena de filme da Disney); quando vejo pessoas que se gostam juntas, eu sempre penso que aquilo poderia ser de fato verdadeiro.
Não gosto da idéia de que coisas cotidianas têm de ser comuns. Só porque acontece todos os dias, não deixa de ser importante.
A vida corre demais, eu prefiro parar no tempo as vezes pra pensar um pouco sobre qualquer coisa, em qualquer lugar. Gosto de ter a sensação de que é perceptível o fato de que nada se repete, e mesmo que tudo pareça igual, está sim tudo diferente.
Queria que meus olhos tirassem fotos, algumas imagens mereciam ser guardadas.

2 comentários:

  1. Mas elas são guardadas, Cá. Só que não como fotos...

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  2. q lindooo !!!
    num foi vc q escreveuu nao neh??
    pq se foi.. meu Deuss !! c tem mtoo a manhaaa cah !!! q issoo !!
    noh... gradeii du seu blog migaaa !!!
    =DD

    bjimm
    ;*
    ps: eh a debynha ! xD

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