sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Tudo

"Eu preciso tomar coragem, preciso!"

É isso que está na minha cabeça há alguns dias. Na verdade, há algumas semanas.

Eu queria tomar coragem pra falar o que eu estou pensando, sentindo, vendo... e seria simples se os nomes pudessem ser citados e as situações também. Mas não podem. E aí, eu tentei por várias vezes escrever sobre isso, porque eu realmente acho necessário.
O problema, é que as palavras não estavam vindo, e ainda não estão fluindo muito bem. Mesmo assim, farei um esforço. Bem, se caso não ficar muito bom, peço desculpas, afinal, nem tudo é tão simples quanto parece ou deveria ser.

30/07/09: "Hoje eu acordei, abri os olhos e lembrei que alguém não estava mais aqui."

Foram exatamente essas palavras que ficaram no meu diário no dia em que eu saí o dia todo na companhia de uma das pessoas mais legais que eu conheço, fiz tudo que eu mais gosto e, ainda assim, eu precisei engolir o choro algumas vezes porque eu sabia que as coisas ficariam complicadas por um tempo. E ficaram.
Eu ainda estava de férias, eu estava tranquila... mas as aulas voltaram e, quando tudo deveria contribuir para eu não ficar pior do que já estava, tudo contribuiu para ocorrer o oposto.
Com o tempo, as pessoas foram me cansando, ou eu fui cansando elas - o que é mais provável; a saudade foi aumentando, mesmo que eu me esqueça dela às vezes; a vida foi ficando chata e, hoje ela está insuportável.
Minha vontade agora, é sumir por uns dias. Mas, eu não diria isso às 6:00.

Eu acordei, tomei um banho, fui pra escola e antes das dez, recebi uma notícia que não gostei muito. Eu já esperava por ela, mas mesmo assim foi difícil engolir aquilo.
Eu recebi minha prova de história, meu rendimento foi péssimo. Eu sabia disso desde o dia que havia feito a prova e o pior de tudo é que eu sabia a porcaria da matéria toda.
E você deve estar pensando: " e daí que ela foi mal em uma prova?" E eu respondo que pode não parecer nada, mas pra mim foi a gota. A gota de tudo que eu estou passando.
Eu não sei se já tive a chance de mencionar isso, mas ano que vem farei vestibular. E eu vou fazer História. Sim, História.
Já me chamaram de doida, já falaram que eu vou ser pobre e morrer de fome e pra completar meu pai queria uma filha engenheira. Mas eu ainda insisto na História, simplesmente porque eu realmente amo isso, e quero fazer isso definitivamente pro resto da minha vida.
Então, quando recebi a porcaria da prova, eu me senti bastante fracassada, devo admitir. Penso que o mínimo da minha obrigação é eu ser boa naquilo que eu gosto de fazer. Eu me cobro excelência nisso. Não me importa que falem que eu já sou boa, talvez eu até seja, mas eu tenho que ser a melhor, porque eu sei que se eu não for, vou dar razão para aquelas pessoas que me disseram sobre os salários.

Eu não segurei o choro e eu não queria falar nada com ninguém. Eu sabia que aquilo aconteceu por minha culpa. Eu que fui idiota de achar que já era boa o suficiente. Mas não sou!

Enquanto estava lá, ouço a voz de uma pessoa falando o que eu menos queria ouvir. Mais uma vez essa pessoazinha veio tomar meu lugar, falar quando devia ficar calada. Me deu vontade de gritar: MERDA! E devia ter gritado, porque não é de hoje que não aguento aquela voz.
Minha mãe diz que sou rancorosa, e talvez seja. Esqueço muito fácil as pequenas coisas, mas as grandes ficam por aqui, principalmente se à elas, são acrescentadas outras coisas.
Mas isso não vem ao caso; só sei que aquela sensação que anda vivendo por aqui desde o ano passado, voltou a chamar minha atenção. Aquele sentimento de opressão, de se sentir pior que tudo e todos à sua volta. E aí, eu escutei a voz daquela pessoa que eu sinto saudade todos os dias dizendo que notas não são importantes e que aquele ser não era melhor do que eu.
É, essa pessoa sempre me dizia isso, porque era essa a única pessoa que sabia absolutamente tudo o que eu sentia à respeito de certas situações constantes. É essa pessoa que me faz falta todos os dias; é nela que penso quando acordo e antes de dormir. Não é nem de longe alguém bacana e de bom coração, mas era simplesmente alguém na minha vida.
E hoje eu me sinto entediada, cansada, chateada, falsa, insuportavelmente antipática e sozinha.
Que isso vai passar, eu já cansei de ouvir. O que me interessa é quando vai passar...
Eu até hoje não sei o que acontecia naquelas horas, não sei o que eu sentia e o que sinto agora, só queria saber quando eu vou conseguir esquecer e voltar a ser o que eu era antes de tudo.

3 comentários:

  1. Sei como é ruim ter que confiar a vida ao tempo e ter que esperar que ele passe rápido, quando assim ele acaba parecendo não passar. É como em um trecho do crepúsculo que diz: "O tempo passa. Mesmo quando parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Mesmo pra mim."

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  2. Dói quando passa. Dói quando não passa. Cada segundo parece durar uma eternidade, ao mesmo tempo em que parece estar parado. É horrível. Sufoca. Dói.

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  3. O pior de tudo, é a indiferença. Tudo parece não importar além do que é o incurável. Eu sei como é e sei como muitas palavras não surtem efeitos mais. Mas Cah, saiba que estou aqui hoje e sempre estarei pra você, tá?

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